Sou uma sensível. De cada vez que se vêem aqueles videos de animais maltratados e abatidos nos canis, essa manifestação fantástica da nossa superioridade enquanto espécie, e mesmo em filmes, daqueles em que os animais morrem, vou a correr ter com ele. E ele lá fica, repimpado a receber festas e mimos.
Não posso ir buscar todos os animais abandonados. Não consigo parar a tortura onde esta se pratica. E não, não entendo aquelas bestas que param o carro e se desfazem dos cães. Que os atiram ao deus dará, porque são muito grandes, porque as crianças já não gostam, seja lá pelo que for.
Mas este, esta bola de pêlo que aqui vos mostro, garanto que tem todo o mimo do mundo. E não percebo como pode alguém tratar o seu de outra forma. Este não fica em lado nenhum nas férias: ou pode ficar connosco, ou vamos para um sítio onde ele possa ir também. É este o compromisso que se tem, não é apenas receber latidos e lambidelas. É saber que ele faz parte da família.
O cão não me pertence. Pertencemo-nos.