espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

31
Jul 10

Escrevi isto em Março do ano passado. Foi, de facto, um grande soco no estômago a mortedo António Feio.

Não que ele se lembrasse de mim. Não que tenha falado com ele nos últimos tempos. Mas pelo que aprendi com ele. Foi com ele que ganhei respeito à arte de representar e de viver. Não fossem as aulas de teatro e não teria feito teatro mais tarde. Não teria entendido aquele bicho antes de entrar em cena. Aquele prazer de nos sabermos tanto mais e tanto menos que nós próprios. O respeito por algo que se apodera de nós e nos esforçamos por domar de forma credível.

Mas além do gigante que era a representar e a improvisar, das peças de sucesso que levaram gente a voltar encarar o teatro como uma arte e um espectáculo digno de se ver e admirar, era sobretudo um homem impressionante pelo humor que trazia a tudo. Não confundir com gracejo estéril e desprendido. António Feio era um homem sério, mas não sisudo. Isso nunca.

Aquilo que deixa aos portugueses é absolutamente incomparável. Quem mais mataria o monstro a rir? Nem que para isso tivesse de morrer com o monstro.

Guardo a imagem dele em pé no auditório de Benfica, a explicar o que pretendia de nós, a puxar por uma cambada de putos. Exigente e paciente.
Um respeito imenso e uma tristeza que não estava preparada para sentir.
Até sempre, grande mestre.

 

 

 

A grande treta foi ter partido antes de tempo. Citando o Bruno Nogueira, pode ter perdido a guerra, mas ganhou as batalhas todas...

publicado por Vita C às 12:58

28
Jul 10

 

Eu sou uma condutora prudentíssima. Cedo passagem, não sou rezingona, não empato o trânsito, não entro nas vias à má-fila, enfim, não sou daquelas vacas como o estereótipo manda. Sou uma pessoa civilizada a conduzir porque acho que se formos a tirar teimas uns com os outros na estrada, acabamos todos num filme do Saw. Não merece a pena. Não sou propriamente um Schumacher, mas gosto da minha forma de estar ao volante.

Nunca bati com o carro da mãe, que ainda hoje é partilhado. Não bati quando peguei no twingo do  "sogro", não bati com o carro do picuinhas do meu irmão. Resumindo, desde que tirei a carta, tirando um raspãozinho mínimo, mínimo, estava descansadíssima.
Bateram-me na carrinha no início do mês de Junho. Coisa simples, eu parei numa passadeira e os travões da senhora que ia atrás de mim não estavam tão bons como ela pensava. Eu ainda a vi no espelho, mas entre o pára-choques da Berlingo e o peão à minha frente, a escolha era óbvia. A senhora não se deu como culpada, chamámos a PSP e ficámos todos amigos. Eu sou assim, começo por sair do carro e dizer "boa tarde". Sou uma calma de mulher. A Berlingo foi para o seguro, aproveitando a empresa para a pintar toda de novo. Coisa mai linda... que a dona de facto, embora não o seja no papel, foi buscar faz hoje uma semana.

 

Até esta manhã eu era uma pessoa muito calma. De férias da pós-graduação, resolvi guardar a carrinha na garagem do escritório. Corria tudo muito bem, apesar da garagem ser apertada, la entrei, dei a volta, e quando vou a pôr a bicha a jeito para a enfiar de rabiosque no local designada, olho para o espelho. A carrinha é toda fechada, de lado e atrás, tanto que o retrovisor serviria apenas para o baton, se eu o usasse. Então, olho para o espelho e vejo a proximidade do poste. Marcha-atrás. A carrinha não dá a volta. E aí o pânico apodera-se de mim. Mas como é que eu tiro esta merda daqui? Eu, que já pus e tirei a carrinha da garagem éne vezes. Ora vamos tentar outra vez. Népia, não há espaço, e eu desato a tremer. Tanto, que quando finalmente pensei ter espaço, ouço craaaaaaaaaaaaaaachcraaaaaaaaaaaaaaaaaaach e crooooch.
Pus a carrinha no lugar e quando saí nem queria acreditar. O lado esquerdo todo raspado e riscado. De amarelo e branco, como o poste. A minha menina. A minha coisa linda pintadinha de novo. Mil e quinhentos euros da empresa a escoar lentamente pelo cano abaixo.

Moral da história, vou ter de pagar o arranjo. Vou deixar de pegar na carrinha. Não estou para um stress destes. Put@ que pariu a desgraçada da garagem. C@ralho!

publicado por Vita C às 21:26
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A dúvida entre saltar do banco é directamente proporcional ao facto
soberano de não se saber se se tem forças para uma corrente destas.
Por outro lado, é inversamente proporcional à dor de estômago.
publicado por Vita C às 14:09

26
Jul 10

Mas depois ele chega ao MSN à meia-noite em ponto e diz "parabéns carapauzinho"...

 

 

Tirámos esta foto na primeira viagem que fizemos a dois por esse país fora. E é como se tivesse sido ontem (mas não foi!). Tem sido uma aventura a dois que tem valido a pena desde o primeiro dia. Esse dia, que continua a ser inexplicável, foi apenas o primeiro do resto da vida que há-de vir. Venha o que vier no futuro, estes passos ninguém nos tira.

Continuamos sem saber como... Mas continua a haver estrada para andar.

publicado por Vita C às 00:04

25
Jul 10

 

 

 

 

Sexta para sábado: deitar às 04h30 por causa dos anos do N.

Ontem para hoje: deitar às 06h00 para começar o trabalho.

E tudo isto com um calor insuportável, sem coca-cola em casa que me recordassem os good old times da faculdade ou café expresso a acompanhar. Apenas eu e o meu portátil.

 

E apesar de tudo, está o trabalho feito. Acabei de o enviar ao professor.
Amanhã já posso gozar o dia de férias e baldar-me ao curso. Ah isto não era para dizer, pois não?

publicado por Vita C às 19:22
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Diz quem me conhece que tenho montes e toneladas de defeitos. Um deles será o de ser muito bruta com as pessoas.
Ora é mentira. Sou frontal, sim, quando a pessoa à minha frente é um dos meus melhores amigos e anda a crucificar-se desnecessariamente. Sou bruta, porque os paninhos quentes servem apenas para enganar e iludir a pessoa.

Tenho uma apetência para dizer aquilo que as pessoas por vezes precisam de ouvir para seguir em frente. Regra geral, não é coincidente com o que as pessoas gostariam de ouvir. Tenho aversão a dar razão às pessoas "apenas" porque se sentem magoadas, tristes, sozinhas. Estou lá, ouço, e compreendo. Mas isso não me faz embalar na cena do coitadinho. Às vezes é mesmo preciso que as coisas doam para sairmos da espiral e aprendermos novas formas de pensar, fazer e sentir.

 

Ao N., um daqueles a quem devo a minha felicidade, um grande abraço, porque merecias tanto e eu estou sempre a dar-te na cabeça. Porque és uma pessoa que vive tudo tão intensamente, e merecias mais do que o que tens, mas há-que saber esperar sem procurar. Eu estou aqui, mesmo ao lado, e teremos sempre minis e Tool.

publicado por Vita C às 13:58

21
Jul 10

Estou muito, muito cansada. Esta semana está a ser tremenda. E, se por um lado correspondo às expectativas, por outro, digamos que mal ter tempo para almoçar ou respirar é algo duro.

Anteontem fui a uma reunião de urgência. Almocei às onze da noite, quando cheguei da pós-graduação. E não, não me enganei: almocei às onze da noite.

Ontem estive até às últimas a tentar coordenar diversos prestadores externos para iniciarmos projectos. Hoje estive prestes a decapitar o primeiro que me dissesse que não conseguia. Refiz esta três vezes o percurso desta semana face às intervenções a realizar. Vamos amanhã de urgência (somos um 112 animado!) para Ferreira do Alentejo. Estou com uma equipa reduzidíssima e estou cansada. Desde medições do ar a transportador a inspectores da ACT, hoje estou pelos cabelos.

Adoro o meu trabalho.

E então tudo o que me apetecia agora era sair porta fora e encontrar a metade à espera. Mas a metade não está. E há dias em que isso não custa, mas hoje não é um desses dias.

publicado por Vita C às 17:43

20
Jul 10

As boas notícias conseguem ser perversas o suficiente para nos fazerem sentir ainda melhor!

 

publicado por Vita C às 10:16

18
Jul 10

O fim-de-semana foi do melhor. Hoje a tarde passou-se a ver filmes e comer melancia. Coisa boua boua boua. Devia ser assim tantas mais vezes! Acho que o homem liga a minha parca sanidade mental à terra.

O pior do fim-de-semana? Tenho dois trabalhos para entregar terça-feira, de uma cadeira cujo nome nem me recordo e que ainda nem comecei a fazer. A noite ontem passou-se a jogar Mafia Wars (shame on me!) e hoje a vontade está nula.
Parece-me que amanhã não terei hora de almoço. Farei uma lista de verificação de equipamentos e uma análise a um posto de trabalho para a tal cadeira cuja única lembrança que tenho é a de o professor querer fazer intervalos mais cedo para poder ir beber imperiais.

 

Oh o desespero irresponsável sabe tão bem!

publicado por Vita C às 22:42
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Há que pôr as coisas como elas são.

Ver os Portugueses pelo Mundo na RTP é um exercício fenomenal de relato de curiosidades, uma história com muitas histórias dentro, uma brilhante ideia sem arrogâncias sem prepotências. Há jornalismo além do défice, da PT e da Vivo, e sobretudo, além das narrativas tristes e depressivas que pululam nas televisões e jornais.

 

E isto tem a ver com o quê, mais precisamente? Com coincidências e abertura de espírito! Ora eu durante alguns anos assinei as Selecções do Reader's Digest. Pelas piadas, pelos flagrantes da vida real, pelas piadas de caserna, e por algumas das reportagens. Uma delas era sobre a Mãe Preta. Recordo-me, como recordo esboços de outras reportagens de pessoas que se dedicam aos outros. Em verdade, tenho uma estante e meia só com as Selecções... Mas ia eu a falar na Mãe Preta. E recentemente, no blog da Cócó voltei a saber dela. Claro que na altura da reportagem eu nem sabia quem raio era a Cócó. Hoje também não sei. Mas sei que foi ela que escreveu a reportagem que me eterneceu na altura. E foi ela quem informou a blogosfera que a Tia Preta precisa de ajuda. Já escreveu vários posts sobre isso, incluindo a tal reportagem, pelo que bem que os podiam ir ler. Por mim, e se forem suficientemente preguiçosos para acreditar na minha palavra, deixo-vos os contactos para ajudarem. Como dizem, dê... vai ver que não dói nada!

 

Rua Ricardo Ornelas, 375, R/C dto.
Bairro da Flamenga
Chelas
.

1950-331 Lisboa

 

Associação Pêndulo da Vida NIB 0033 0000 45393107461 05.

 

(entretanto, ainda procurando a bootleg de Pearl Jam no Alive!. Ocorre que não tendo sido o melhor concerto deles para mim, foi especial pelas pessoas que o partilharam comigo, o Gigante de Ermesinde, a R., que tinha estado comigo no Restelo, entre outros e outras que vão sorrindo e dizendo que o concerto não acaba sem a yellow ledbetter. E isso vale muito.)

 

* Eu nem gosto de Coldplay, mas esta música faz-me bem...

publicado por Vita C às 00:53

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