espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

31
Ago 10

E eu não consegui escolher.
Este...

 

e este (amei A Sombra do Vento)

 

 

este

 

e mais este

 

 

Estão ali em cima para os ler, sentir-lhes o cheiro e devorar-lhes as histórias. Mas não, que às seis da manhã um trabalho de segurança contra incêndios é tão mais giro. Então não é...

publicado por Vita C às 06:03
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Ainda agora estava no Paraíso e agora já estou cá (eu e o trabalho a entregar em 23 horas). Home sweet home o camandro!

 

publicado por Vita C às 00:44

27
Ago 10

 

 

Estamos a progredir... Só hoje é que falei com o meu chefe. De salientar que entrei de férias na sexta-feira.

Ah, e só hoje vim à net. Para ir ao Mafia Wars, como é óbvio. De resto, é aproveitar. Que do Nabão, ao Zêzere passando pelo Tejo, ainda tenho muito rio para ver!

E as sestas? E o luar no Zêzere? E as saudades que eu tinha de férias?

publicado por Vita C às 17:30

21
Ago 10

 

Eu não boicotei a RTP. Para boicotar por uma tourada teria de boicotar por inúmeras outros programas que abomino. Não, na verdade não boicotei a RTP porque me parece um gesto efémero e pouco convincente. Mas já fui a manifestações, uma das quais em frente ao Campo Pequeno aquando da sua reabertura. E nós, os manifestantes, que fomos apelidados de extremistas, fomos brindados com meninos queques a atirarem telemóveis das varandas (ou lá o que são) para quem estava à porta do recinto. Eu não sei, mas não atirava telemóveis a ninguém, não me parece insultuoso o suficiente, antes resulta de uma arrogância e de uma futilidade enorme.

 

Mas dizia eu que não boicotei a RTP. Não obstante sou radicalmente contra as touradas. Era bem miúda quando fui a uma garraiada no Ribatejo e a coisa enojou-me profundamente quando serraram os cornos a um dos bichos.

Regra geral não perco tempo a esgrimir argumentos, mas ocasionalmente abro excepções.

 

1) Ah que se não fosse para as touradas os touros não sobreviviam enquanto espécie.

* Pois isso é tudo muito bonito, essa preocupação com a natureza e a espécie animal, mas não vejo o mesmo espírito naturalista quando por ano, e directamente relacionado com a intervenção humana no planeta, se extinguem centenas de espécies. Não apenas insectos, mas roedores e outros pequenos mamíferos, peixes, etc., sendo que são espécies cuja intervenção no ecossistema é bem mais relevante do que a do touro

 

2) O touro é um animal combativo e mostra a sua dignidade na arena.

* Ahahahahahah! Combativos são os Pandur e as Chaimites. Qualquer bicho que se veja espetado de farpas e gozado e troçado numa arena será "combativo", se por combativo quisermos dizer o recurso a um instinto de sobrevivência. Mas sim, mostra uma grande dignidade. Pena que os toureiros e os cavaleiros não sejam dignos de tal atitude. Gozar e regozijar-se com o sofrimento de um animal é vergonhoso. Mais a mais porque quando o touro acerta nalguma coisa, regra geral é no desgraçado do cavalo. Nas raras vezes que acerta nos toureiros devo confessar que me invade uma estranha alegria.

 

3) Há mais animais que sofrem.

* Que bonito, desculpar o sofrimento de um bicho com o sofrimento de outros, cuja utilização (falo aqui de animais para consumo) nem se compara. Mas mesmo assim, e tenho lido alguns extremistas a referir que para isso não iam ao circo, ao jardim zoológico nem comiam carne, nós, os adoradores de animais.

Confesso, não entro no Zoo vai para mais de 15 anos, altura em que deixei de comer carne. Deixei de ir ao circo tinha 12 anos. Por isso senhores, para mim a abolição de touradas tem a ver com uma questão de congruência. Não como carne porque não necessito dela para sobreviver saudavelmente (porque caso necessitasse, comeria sem qualquer dúvida), não compactuo com o sofrimento gratuito de animais.

 

Temos um ecossistema demasiado frágil para nos perdermos em questões fúteis, porque o tempo é escasso para percebermos que não podemos dar cabo do único planeta que temos e que partilhamos com outras espécies. Assim, por uma questão de honestidade, devo salientar o enorme trabalho que os zoos têm na continuação de determinadas espécies ameaçadas. De meras grades de entretenimento passaram a ser importantes depositários da variedade de espécies que merecem ser protegidas.

 

Quanto ao touro, se o querem proteger, metam-no no zoo. Agora não me venham com falinhas mansas, as touradas são a perpetuação de uma tradição azeda e fora de prazo, que deveria se não ser proibida, pelo menos fortemente criticada, em vez de encorajada. Não tem nada de grandioso ou dignificante, serve apenas para se verem belos cavalos com penteados atrozes, lantejoulas e chapéus. Senhores, vão às feiras e divirtam-se a espetar farpas e bandarilhas nas costas uns dos outros. Como dizia o outro "não custa nada".

publicado por Vita C às 23:26

18
Ago 10

 

 

Não é todos os dias. Mas há aqueles dias...

 

Existem algumas pessoas que, mais tarde ou mais cedo ao longo do tempo, nos marcam. Invariavelmente, as amizades são um cliché botânico, precisam de ser regadas, fortalecidas, e um cliché teatral, devem puxadas, empurradas, discutidas, saboreadas nos pequenos e nos grandes pormenores. Caso isto não aconteça, definham e distância vai invadindo o espaço outrora ocupado pela presença, física ou não, dos amigos.

 

Claro que os amigos não estão todos no mesmo saco. Há aqueles que são superiores ao espaço e ao tempo e a quem esta regra (e este post) não se aplica. Aqueles que partilham não apenas o presente e o passado recente, mas que estiveram [quase] sempre lá, antes dos telemóveis e da internet, antes da blogosfera e do e-mail [quase] desvirtuarem o conceito de amizade.

 

De alguns desses amigos perdidos e não achados ao longo do caminho, sinto lusa saudade. E tentamos encontrar uma razão, um porquê, uma explicação. E vemos que a gota que fez transbordar o copo não foi mais que isso, uma encruzilhada em caminhos que divergiam há muito e à qual seria difícil resistir. Feitios e vontades que por paralelos que fossem, semelhantes não eram. Ainda que se aceite isto, fica sempre um cantinho cá dentro. Não um vazio defeituoso, mas um espaço que após ser preenchido de forma sincera e verdadeira, ainda que por breves momentos contados no tempo que dura um vida, não poderá ser novamente atribuído a mais ninguém. Os amigos não são todos iguais e não se substituem.
E é só disso que sinto falta quando me lembro de algumas pessoas que foram verdadeiramente importantes para mim, quando não mais palavras eram necessárias. Agora nem precisas são, nem preciosas. Deixou de fazer sentido e apenas por uma gota que não o foi de verdade.

 

* Toranja - Ensaio

publicado por Vita C às 19:19

16
Ago 10

 

 

 

Somos todos iguais. Uns mais que outros, é certo, mas lá no âmago somos todos iguais. É isso que a lei consagra, é isso que a ética impõe e que a razão discerne. Ainda assim, parece que criticamos displicente e gratuitamente. É porque abraçamos um clube, uma ideia, uma fé, uma crença, uma cor, um nome, uma escolha, um autor, uma banda, uma moda, seja o que for.

 

Ao longo do tempo, pela experiência e pela formação, adoptei a máxima da Matinal, se eu não gostar de mim, quem gostará?

E isto abrange a minha cabeleira ruiva, a minha baixa estatura e as minhas orelhas pontiagudas, mas sobretudo refere-se às minhas ideias, crenças e opiniões.

 

Sim, sou sportinguista, orgulhosamente lagarta. Mesmo quando o meu clube perde, e sabem que não são tão poucas as vezes como isso.

E sou de esquerda, canhota como há poucas hoje em dia. Foi algo que se infiltrou em mim desde catraia, e desde então bem tento criticar e exorcizar esta pena, mas ai de mim, continuo de esquerda, criticando Franciscos e Jerónimos, mas ainda assim, do lado do coração.

E sou católica, praticante e não apenas dentro das quatro paredes de uma igreja. Mesmo tendo discutido com padres e bispos e quem se metesse à frente, pelo ridículo que era a minha mãe divorciada não poder comungar, pela aparente antítese que era dar catequese durante anos sendo filha de pais não casados e pela luta que tem sido explicar como uma instituição milenária não é tão contra o sexo antes do casamento (porque é bom e só faz é bem desde que [se] faça sentido).

 

E tudo isto é o que sou, mas não é tudo o que sou. Tenho pena e lamento quem consegue, ou julga conseguir, tirar as medidas a alguém apenas por inserir estes dados num rótulo. É como se possuissem uma máquina de etiquetas, uma árvore de ramificações e escolhas, como se se pudesse tipificar as pessoas apenas baseando o conhecimento na fé, no clube e na ideologia política. Como se, mesmo dentro destes rótulos, as pessoas não pudessem ter ideias próprias, divergentes, reflectidas.

 

O que eu tenho a dizer a essas pessoas, sábias e infalíveis, é que tenho pena de vós, almas pobres neste mundo. Perderam a capacidade de serem surpreendidas, porque já sabem tudo. Para vocês, o mundo perdeu a cor, a textura, os diversos matizes e o sal. Será que essa vossa certeza do saber compensa isto?

publicado por Vita C às 19:59

14
Ago 10

 

 

 

I love censorship! So refreshing and idiot!

publicado por Vita C às 16:02
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13
Ago 10

Um malabarista faz malabarismos.
Um ilusionista tira coelhos da cartola
.

Silogisticamente, um malabarista não tira coelhos da cartola. Ficámos esclarecidos?

 

(eu, canhota, me confesso... sou contra as frases feitas e o discurso fácil, pelo que há vezes, cada vez mais, em que os nossos polítios deviam aprender a arte de fechar a boca, já se sabe que as moscas não entram. e se sou exigente com a direita, porque não haveria de o ser com a esquerda que defendo?)

publicado por Vita C às 09:44
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11
Ago 10

Tive um colega no secundário que era um génio. Aliás, tive dois, mas para o caso interessa apenas este, o J., um tipo das alternativas, que resolveu furar o próprio nariz e o mamilo com uma agulha. E um verdadeiro génio da geometria e da matemática.
Para quem andou numa escola no Restelo em plenos anos 90 sabe que ter o cabelo comprido, camisas de flanela e brinco no nariz não era a melhor forma de ser popular. E o J. não era popular. Mas era um tipo porreiro, muito porreiro mesmo. Até ao dia em que pegou fogo ao descampado por detrás da escola. Não foi um gesto de raiva, não se pode culpar o Kurt Cobain nem a sociedade. Simplesmente gostava de ver o fogo a arder. Nada de grave aconteceu, os bombeiros apareceram num ápice e a paz regressou. Pouca gente soube que tinha sido o J., e quem sabia não fez questão de anunciar.

Eu também gosto de ver o fogo a arder. Numa lareira então, ao pé de um tapete felpudinho e a acompanhar dois copos de vinho, parece-me bem apetecível. Mas nada disto se passa neste momento aqui no jardim à beira-mar plantado.
Ardemos. Ardemos porque a mata não é limpa, ardemos porque a lei não é cumprida, ardemos por negligência? Pouco importa. Ardemos, é o facto e a lamentação. Queimamos recursos ambientais, laborais, reduzimos a pó o esforço daqueles que cumprem o seu juramento de uma forma trágica, a vida pela vida. Ardemos, e por um momento seria bom que deixassemos de apontar dedos uns aos outros, e chamássemos as coisas pelos nomes. Não é admissível que o fogo chegue ao Cabril, que se repitam as imagens de Viana do Castelo, entre outras situações que as notícias não se cansam de mostrar.

 

Tenho um enorme respeito pelos bombeiros voluntários, os daqui de Algés são absolutamente impecáveis e disponíveis. Nem todos servem para ser bombeiros, é preciso chama, garra, esforço e empenho.

Mas iinfelizmente, parece que qualquer um de nós pode atear um fogo e passar impune. Cretinos.

publicado por Vita C às 22:20

10
Ago 10

Não está a correr nada bem.
Daqui a pouco parto para a violência.
Mas depois lembro-me daqueles miúdos que partem os bonecos no chão só porque as coisas não são como eles querem. Fodª-se, pá!

 

 

 

publicado por Vita C às 15:56
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