espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

30
Abr 11

Uma tortura, é o que é.
Tantos livros e tanta página, tanta coisa que quero ler e reler e afins e ... ainda não recebi (o que me recorda que ainda não comprei os passes e não sei como vou para o trabalho na segunda-feira).

 

Comprei apenas um livro para oferecer à minha mãe, diz que amanhã é dia da mãe. Para mim, nada, para ele, nada. É uma vergonha andarem para aí a tentar fortalecer a banca e ver o estado gastar milhões e o raio e o zé povinho é que se trama. Até nestas coisas ditas pequenas. E depois andamos a dizer que é preciso incentivar a leitura (por exemplo, até que era conveniente que a biblioteca daqui não fechasse antes da hora de eu sair do emprego).
Por isso senhoras e senhores, a quem diz que a crise apenas chega a quem não sabe gerir os seus ganhos e que somos uns desgovernados, lamento, mas só tenho quatro palavrinhas: puta que vos pariu! Troquem com o zé povinho por um mês e depois conversamos. 'Tá bem?

publicado por Vita C às 20:59
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25
Abr 11

Zeca Afonso é um nome grandioso no panorama musical português, e também na minha vida. Por tudo, pela força e pela música, pelos arrepios,  pela partilha que já me proporcionou, pelas cassettes do último concerto no colisou, que eram do meu pai e por aqui ficaram, por tanto.
Maior que o pensamento, que ontem devorei e agora me faz companhia e amanhã me deixará saudade, consegue a proeza de analisar também a música, dentro e fora da intervenção. Ouvir Paco Ibañez, Malangatana e outros tantos a discorrerem sobre um dos maiores músicos do meu coração, da minha canhotice mas não só, faz-me arrepios.
Um grande trabalho de Joaquim Vieira, que me aperta a garganta e abrilhanta os olhos.

 

publicado por Vita C às 22:36
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Então esconde-se em diversos disfarces que a ninguém enganam.
Recorda-se, de uma forma fragmentada e algo difusa, quando um dia a foram desenterrar às entranhas do país que ama, Portugal. Na altura, puseram-lhe alegres cravos vermelhos nas mãos, vestiram-na de branco e apresentaram-na ao mundo como a mais bela revolução do mundo. Hoje em dia, as vestes escureceram e talvez sejam cinzentas, mas poderiam ser apenas branco velho, sujo, desgastado. Os cravos secaram, embora ela os guarde no recanto mais sensato do coração, coração que lhe dói de cada dia que passa em que os homens passam de braços descaídos, a esquecer o Abril que a devolveu das entranhas desta terra, levantada do chão onde fora pisada, esquecida, torturada. Crê até que é essa indiferença que a mata lentamente e lhe chamusca as vestes. Que a inebria e a convence que não há solução para os passos que dão e os que não se dão, e a quase amaldiçoar o dia em que a trouxeram das cinzas de um povo para ser algo mais que pão.

Hoje, faz 37 anos. Chama-se liberdade, e tenta morar em cada um de nós, sobretudo aqueles que não viveram Abril.

publicado por Vita C às 20:18
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Mas a Sic Notícias devia ter vergonha de enviar para a rua repórteres que a entrevistarem pessoas sobre o 25 de Abril fazem uma figura de prepotência ignorante. 

 

(senhor, falta cumprir-se Abril)

publicado por Vita C às 16:52

24
Abr 11

Hoje o R. faz anos.
Hoje o R. faz anos e hoje o R. já não tem para mim um décimo da importância que teve: há muito tempo que não temos as cafezadas de segunda ao fim da tarde nem as idas ao café com absinto de santo amaro, há muito que deixámos de ser pilar um do outro. Há muito que não me abraça de cada vez que me vê e, em boa verdade, o R. é hoje em dia um estranho para mim. Há pessoas assim, que ao longo da vida têm papéis diferentes e depois o tempo e o espaço afasta. Mas haverá sempre uma parte de mim que terá muito orgulho em ter conhecido o R. e o ter tido como um dos melhores amigos que se pode ter na vida.

publicado por Vita C às 18:47

Escacês?
Descançado?
Contaquitar?

(acho que se tentasse inventar não seria tão bem sucedida)

publicado por Vita C às 18:11
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20
Abr 11

 

Busco um homem sem doutrina,
sem dinheiro nem poder,
cuja força esteja apenas no respeito
e no amor

publicado por Vita C às 21:11

17
Abr 11

 

Esta é uma das minhas fotos favoritas. Confesso a minha vaidade nas minhas orelhas. E agora nos meus ouvidos.
Ontem levei a guitarra para o coro (tenho treinado como há muito não me ouvia e os dedos não se queixavam) e foi necessária. Foi preciso, e isso para mim é motivação que chegue. Só que esta guitarra, que nem é minha, a bem da verdade, nunca foi devidamente afinada, sempre a afinei de ouvido, e sempre me disseram que tenho tijolos no lugar dos ouvidos. Dei-a a um dos guitarristas mais talentosos que conheço e, sobretudo, que tem um afinador todo profissional, para a afinar. Ele não acreditou que a guitarra nunca tivesse sido afinada: estava perfeitamente afinada meio tom abaixo do diapasão. Fiquei com um orgulho que não pude reprimir um sorriso gigante.

Então lá toquei, pela primeira vez, numa missa, para toda a assembleia. Se podia ter corrido melhor? Claro. Mas para mim, o importante é, mesmo, dar o melhor que tenho. Porque para a próxima será (ainda) melhor.

 

* MFC, Pearl Jam

publicado por Vita C às 20:25

14
Abr 11

publicado por Vita C às 22:13
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11
Abr 11

Na semana passada vinha do trabalho e, por motivos de ordem maior, tinha levado o carro da mãe e único desta casa. Chegada a um dos cruzamentos da minha rua, resolvi abrandar porque, apesar de os da direita terem um stop, nem sempre sabem ler em consonância. Passou um, passou dois, e ao terceiro resolvi levantar os braços num "então, pá" em desalento. Um "então pá" pacífico. E o gajo, gajinho, no seu BMW branquinho e com o seu cabelo descolorado, sai-se com um "mas o que é que tu queres ó minha atrasada do caralho" e assim por adiante. Eu apontei para o stop, pachorrenta e pacífica, não fosse o monstro parar mesmo no meio do cruzamento e sair do bólide com um taco de basebol. E o chorrilho continuou até eu, já irritada, lhe atirar com um "andas ou não?".

Este episódio recordei-o hoje a propósito da enchente de comentários depreciativos sobre Fernando Nobre no facebook, a propósito da sua candidatura pelo PSD. Sempre admirei Fernando Nobre e a sua prontidão em desenvolver uma missão verdadeiramente humanitária na AMI. Não votei nele para PR porque o considerei demasiado ingénuo e idealista para o cargo a que concorria (e sim, são precisas pessoas verdadeiramente idealistas na sociedade, mas este não era, de todo, o cargo para Fernando Nobre). Era um elogio. Ouvi-lo discorrer sobre o apartidarismo e a necessidade de valores na sociedade civil era um bálsamo. Fernando Nobre não precisava de muletas partidárias. Diminuiu-se.  E então perguntam no mesmo facebook se os desiludidos teriam a mesma opinião se ele se candidatasse pela esquerda. Ah, hipocrisia de olhos fechados e de ouvidos moucos. Não me importa se é candidato pelo PSD, pelo BE, pelo CDS. Não precisava. Estava acima. Estava na sociedade civil e era aí que desempenhava, e de que maneira, o seu papel. 

publicado por Vita C às 22:19
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