espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

28
Nov 11

E está para breve.
Nunca gostei particularmente de fazer anos, esta obrigação de comemorar o dia em que a minha mãe me pariu sempre me fez um pouco de urticária. Entendo, sim, que celebremos o facto de estarmos vivos e de termos quem nos ama, mas circunscrever essa celebração a um dia irrita-me. Este ano, sobretudo este ano, com esta nuvem negativa a pairar pelo país, com amigos e amigas no desemprego, com a frieza dos dias e a indiferença que assoma, não me apetece.
Por mim, apressava já umas mudanças que tenho na mira, mas ainda não pode ser, e portanto, é assim que passarei o dia dos anos: a esperar, e a ver se passa depressa.

(31? Ainda ontem tinha 23, saía da faculdade, cheia de tudo, e agora faço 31?)

publicado por Vita C às 09:48
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25
Nov 11

As sextas são tão produtivas em coisas parvas ... ao menos não é um TGIF.

publicado por Vita C às 17:21
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23
Nov 11

 

 

Amanhã, dia da greve geral, não farei greve, nem geral nem particular. É um direito que tenho, claro está, o de não fazer greve, mas dilacera-me o lado esquerdo do coração, porque o meu ser quer estar na rua, a protestar, a explicar a esta gente que nos (des)governa que a solução não pode ser sempre a mesma, os prejudicados sempre os mesmos. A minha greve é seria essa, a de exigir a estes engravatados desnorteados que vivessem com 485 euritos por um mísero mês e que depois então viessem arrotar postas de pescada para a governação.

E se tenho por direito o não fazer greve, também tenho o direito de a fazer. Então, porque não?
Porque esta bela empresa onde trabalho não está propriamente saudável, nas suas poupanças e produções, e parece-me uma boa atitude a de ajudar a tentar salvar esta pequena empresa, tão periclitante mas que até tem os seus dias bons. E por canhota, esquerdista e revolucionária que seja, também sou consciente.

 

Ainda assim, a canhota que há em mim apela, com todas as suas forças, à greve, à mobilização, à participação, à luta, à afirmação, ao basta!, à passagem da indignação nas conversas de café para a rua. Não me digam que não resulta... é que queixarmo-nos no vazio também não.

publicado por Vita C às 14:37
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17
Nov 11

publicado por Vita C às 15:51
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15
Nov 11
Exmos Senhores,

Antes de mais, gostaria de vos saudar com um profundo bem-haja pelo trabalho que têm vindo a desenvolver na Assembleia da República. Voto desde que tal me é legalmente permitido e é com orgulho que não engrosso as fileiras da abstenção: todo o vosso trabalho deve ser louvável pois está ao serviço deste país que é nosso.

Ouso dirigir-me a V. Exas no sentido em que o vosso trabalho é também para mim, cidadã comum, que vos elegi, elejo e elegirei, que contribuo arduamente com os meus impostos (informo que trabalhando no sector privado já há muito tempo que dou a meia hora a mais que agora o Governo pretende implementar), e que usufruo com recatada parcimónia do chamado Estado Social.

Passando este preâmbulo, é noticiada pela Renascença a proposta do Governo cortar com os feriados de 5 de Outubro e de 1 de Dezembro. A contrapartida seriam outros dois feriados concedidos pela Igreja Católica, após acordo com o Vaticano.

Meus senhores, a não ser que eu esteja enganada, estamos num estado laico. Laico, por definição, implica que este país à beira mar plantado, de seu nome Portugal, não se rege por qualquer organização religiosa. Compreendo que historicamente a tradução da laicidade na supressão de feriados seja particularmente penosa e pouco diplomática. Não esqueço, também, que o impacto comercial de feriados religiosos: basta ligar a TV e deliciarmo-nos com anúncios da Popota, da Leopoldina e de promoções de natal e o esforço não será grande para conseguirmos recordar os ovos da páscoa a pulular na TV, acompanhados dos respectivos e amorosos coelhinhos. Sei que este impacto comercial se traduz também no momentâneo aumento de algum emprego temporário.

Mas como pode o Estado afirmar-se laico e desprezar outros dias santos de outras confissões? A tradição judaico-cristã que nos define não é esclarecimento cabal a esta questão uma vez que, meus senhores, somos cada vez mais um melting pot, com as vicissitudes positivas e negativas que advêm de tal facto. Ou seja, parece-me lógico que, exceptuando o natal, os outros feriados religiosos católicos deixaram, há muito, de ter razão para existir que não a mera perpetuação de uma tradição com a qual a maioria do país se não identifica. De facto, apesar de sermos um país maioritariamente católico, este aspecto não se traduz numa fé efectivada nos rituais da Igreja mas sim numa falaciosa designação de católico "não praticante". Além de que a manutenção do estado actual das coisas discrimina de forma inexplicável, para um país laico, as restantes confissões que têm vindo a proliferar de forma pronunciada.
Escrevo isto e sinto a necessidade de vos esclarecer: sou católica praticante e, consequentemente, o estereótipo levar-vos-ia a concluir que estaria contra a abolição de feriados religiosos. Mas o que tem protegido o 8 de dezembro a ver com a produtividade do país? O 8 de dezembro, antigo dia da mãe, corresponde na verdade a um dos dogmas da Igreja, a imaculada concepção de Maria, e esta fé em nada deve reger a política do país. Sejamos sérios, é o apelo que vos faço! Sempre gostei do feriado de 8 de dezembro, o meu avô fazia anos nesse dia e tem para mim um significado especial. Mas não o tem para milhares de portugueses. 

Como podem V. Exas ponderar sequer a abolição do 5 de outubro, feriado da implantação da república! Ou o 1 de dezembro que, apesar de não se inserir de forma positiva no actual contexto global europeu, traduz a data da restauração da independência e da soberania de um dos países mais antigos do mundo! Não compreendo como pode sequer surgir esta proposta. Compreendo os sacrifícios que nos pedem (alguns deles, apenas alguns), mas tamanha falta de sensatez e não entendo e não aceito!

Vivemos numa altura em que pouca gente sabe o que significam os feriados, nada mais são do que um dia de não ir trabalhar (ou um dia de pagar a dobrar aos funcionários, quando se vai trabalhar). E é vergonhoso e, a verificar-se esta situação, V. Exas contribuirão lamentavelmente para que se perca um pouco da nossa História. Que se perca o 1 de novembro, o 15 de agosto, a sexta-feira santa e o corpo de Deus, mas abolir os feriados que contribuem para a nossa identidade?! É de uma inconsciência indizível e nada patriótica, se me permitem acrescentar.

Exmos Senhores, reitero todo o meu respeito pela Assembleia da República.
Certamente compreenderão que tenho a minha orientação política mas creio já vos ter demonstrado que não gosto de me ver inserida em conceitos estereotipados. Como escrevi, sou votante, sou cidadã, defendo o meu país e sua História. Sou também católica mas defendo um estado verdadeiramente laico.
Desta forma, endereço-vos esta carta aberta pois só V. Exas podem evitar uma vergonha desnecessária na história deste país.

Na certeza de terem V. Exas em consideração esta opinião, e na esperança de ver restaurada a minha fé na instituição que é Assembleia da República, que por vezes parece ser um lamentável número de discursos ensaiados em vez de se preocupar com os eleitores que vos colocaram nesta posição que deve ser humilde e de serviço, apresento a V. Exas os meus respeitosos cumprimentos,
publicado por Vita C às 16:19
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14
Nov 11

Há cerca de umas três semanas que ando a acordar cedo. Mas cedo, muito cedo. Ponho-me a ver de madrugada coisas que gravo na box porque sei que vou adormecer enquanto estão a dar (ninguém me tira os Poirot de 5ª à noite na RTP Memória).
Depois, claro, ando de rastos durante o dia. As pálpebras resolvem não obedecer, os bocejos são intermitentes, o meu discurso torna-se incompreensível, enfim, uma bela panóplia de sintomas que me anda a moer por dentro e por fora e que não consigo domar nem ao fim de semana.

Por isso, 6ª feira passada fomos para o Parque das Nações levantar o bilhete duplo para o concerto de Scorpions e eu a pensar que dificilmente me aguentaria até ao fim do concerto. Mas, garanto-vos, o sono que eu tinha não me impediu de berrar aos sete ventos quase todas as músicas que desfilaram pelo Atlântico. Morta de sono, a praguejar por não ter sequer 1,60m de altura e estar atrás de autênticos gigantes, sem poder pular decentemente por causa de uma puta de dor de rins que me trespassava de cada vez que tossia ou pulava, mas lá estava eu, feliz e contente, com a metade ainda em convalescença.

 

Mas como é que nos podíamos queixar, ao ver este portento de energia? James Kottak foi insuperável.

 

publicado por Vita C às 09:39
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10
Nov 11


Os vinte anos da fundação da banda portuense Ornatos Violeta serão assinalados em dezembro com a reedição dos dois álbuns de originais e de um CD com inéditos e raridades.

Fonte da editora Universal disse à Lusa que a 05 de dezembro será lançada uma caixa que contém as reedições dos álbuns «Cão!» (1997) e «O Monstro Precisa de Amigos» (1999) e inclui também o disco «Inéditos/Raridades», com temas que estavam dispersos em compilações e outros nunca editados.

«Como Afundar», «Há-de Encarnar», «Devagar», «Rio de Raiva» e «Pára-me Agora» são os temas inéditos. Os quatro primeiros foram recuperados das sessões de gravação de «O Monstro Precisa de Amigos», enquanto o último fez parte das sessões do terceiro álbum de originais da banda, que nunca chegou a existir.

 

 

Para que saibam, faço anos no início de Dezembro, mas aceito prendas atrasadas.

 

Tenho muita curiosidade nestes inéditos, embora conheça já alguns, encontrados por aí, sobretudo graças ao site estupendo que o Luís Belo desenvolveu.
Estranho, contudo, a ausência da Tempo de Nascer, a minha música preferida dos Ornatos Violeta e, consequentemente, das minhas músicas portuguesas preferidas (a outra será a Estrela do Mar, do mestre Palma).

publicado por Vita C às 15:41
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08
Nov 11

Isto dos passatempos tem muito que se lhe diga. Aliás tem pouco: quem não arrisca não petisca.
E é por isso que, graças à rádio Cascais 105.4, na 6a feira irei ver, na última oportunidade que poderia ter, uma das bandas que mais me abriu os olhos para o poder da música. Aliás, eu aqui me confesso que, na altura em que andava tudo louco com o Wind of Change (música que ainda hoje me toca profundamente), eu até comprei uma cassette dos Onda Choc (ou Mini-Stars) em que eles assassinaram totalmente a música. Tal era o meu fanatismo!

E porque é que sou fã dos passatempos? Porque sem eles o meu bolso não comportaria tanta agitação. Agora tem é que se participar. E ontem, lá estava eu, de site dos Scorpions aberto, de Wikipedia aberta, de mail aberto já com o endereço da rádio, a salivar pela pergunta que iria ser feita. É assim, resumindo, quem não arrisca, não petisca.

Dia 11, lá estarei, feliz, felicíssima.  

 

 

* Holiday, uma das minhas preferidas

publicado por Vita C às 09:21
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07
Nov 11

Escrevi diversas vezes, sou um bicho do mato. Não sou de intimidades com a maioria das pessoas. Gosto de poucas pessoas e, mesmo às que gosto, não faço grande alarde desse facto espantoso e contra-natura. Excepção feita, claro está, à minha metade, essa que me entrou pela vida adentro como se não houvesse amanhã e resolveu ficar.
Mas este fim de semana tive de estender a mão à palmatória. Por duas vezes, facto raro.

 

Palmatória 1 (mas esta nem é novidade)
A minha cunhada-to-be. É que ela não só é das pessoas mais interessantes e diversificadas que conheço, como é de uma simplicidade e de uma introspecção raras. Não é só o ser boa pessoa, é ser daquelas pessoas que gostamos de ter ao pé, gostamos de ouvir, cuja companhia nos parece saída de um filme, de tão surreal que é. Ao fim e ao cabo, há muito tempo que não admirava tanto uma pessoa normal.

 

Palmatória 2
A Raquel. Aquela pessoa cheia de fé e compreensão nos outros. Que se preocupa, de verdade. Que luta contra moinhos de vento com a mesma energia que faz tudo o resto na vida. Dona de uma portentosa voz e de um abraço do tamanho do mundo. Daquelas pessoas cheias de estilo, por dentro e por fora. Aquela pessoa grande, como existem poucas neste mundo.

 

(e pronto, haveria tanto para escrever...)

publicado por Vita C às 11:31
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02
Nov 11
 
Nestes dias de chuva, o que eu gostaria de poder ir por aí, sem destino. Pena ter o bólide na reserva e um horário ao qual já há muito tempo acrescento bem mais do que meia hora diária.
(nesta altura é que se pode mesmo dizer, vejo-me "grega" para receber)

 

publicado por Vita C às 13:59
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