espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

30
Ago 12

O meu pai faz hoje 70 anos.
Setenta? Pá! O meu pai está velho, e eu lembro-me dele ágil, refilão, forte, arguto. Eu lembro-me do meu pai novo!
Setenta, pá! E isto passa a correr e cada vez mais me apercebo que tenho menos tempo para termos uma relação desastrada e estapafúrdia como sempre tivemos e um dia deixaremos de ter. Setenta, pá, não há direito. Ninguém se prepara para perder os que ama, recuso-me!

publicado por Vita C às 17:06
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Pessoal, quero-vos bem. Por isso informo que, para quem ainda não tem, sábado é a vossa última hipótese para obterem bilhete para os últimos dos últimos concertos de Ornatos Violeta no Porto, em Lisboa, tendo ainda sido acrescentada uma data nos Açores.

Nós vamos dia 26 e parece-me que neste sábado vou acordar a metade bem cedo para irmos comprar um bilhete extra para mim no dia 27. Está quase, está quase, dois meses passam a correr!!!

 

Para vos abrir o apetite:

 

 

publicado por Vita C às 09:56
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29
Ago 12

Ainda não fui de férias.
No trabalho, contrataram mais uma pessoa (o que equivale a dizer que despediram mais uma pessoa).
Estou tão, mas tão fartinha de gente prepotente. Eu sei que "ah e tal, ao menos tens trabalho". Isso para mim não serve. Lá está, não sou pessoa de lamber botas, de ouvir dizer que não recebo a tempo e horas porque não trabalho e que ando de má cara e depois emendar tudo para agradar ao chefe. Pois não, não sou. Eu tenho de ser competente, assumo. E sou competente. Mas não tenho de ser sorridente. A ironia é desperdiçada nesta gente. Azeite a ferver era mais o meu género.

 

 

 

publicado por Vita C às 09:54
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27
Ago 12

 

Preâmbulo: não sou mãe (ainda), mas tenho a melhor mãe do mundo. Tenho amigas que são mães e que nasceram para o ser, e tenho amigas que vivem a maternidade com um misto de medo e incerteza. Independentemente de tudo isto, tenho opinião.

 

 

Uma das minhas melhores amigas tem um filho com 16 anos. Um miúdo amoroso, obviamente na fase da aborrescência, mas amoroso.
Tem também um namorado, com quem vive há uns anos que não é o pai do rapaz, mas que teve todas as oportunidades de se tornar o "pai a sério", uma vez que o pai biológico não só vive longe como pouco faz em prol do filho.

Esta minha amiga tem 42 anos. Não quer ser mãe outra vez. O namorado tem 37 anos. Quer veementemente ser pai.
O facto de não se entenderem sobre este assunto tem gerado discórdia e discussões acesas, a ponto de uma relação que era relativamente estável andar completamente na corda bamba.
É perfeitamente legítimo ele querer ser pai. Mas também é compreensível que na situação em que se encontram, emocional e financeiramente, que ela não queira ter outra criança. Sim, ela já tem um filho e ele não, mas caramba, quando eles se juntaram o puto tinha pouco mais de 5 anos. Era uma oportunidade de ouro para testar as competências parentais de ambos. E não resultou (ainda hoje não resulta, continuam a dividir as despesas por três e a minha amiga paga dois terços).

 

Estas coisas fazem-me confusão. Eu seria incapaz de ser mãe por pressão da minha metade. Creio até que a minha metade deixaria de o ser se me pressionasse desta forma. Eu entendo o relógio biológico, mas entendo ainda mais o respeito em que tem de se basear uma relação. E não é isto que vejo. Tive oportunidade de dizer tudo isto à minha amiga e sei que existe uma decisão pendente. O "ele é tão boa pessoa" não pode funcionar como desculpa. O mundo está cheio de boas pessoas que se deixam ficar em más relações. Que é precisamente o caso. Ser mãe apenas para satisfazer o companheiro e perpetuar uma relação que terminou não é ser verdadeiramente mãe. É ser fraca. E a minha amiga, por tudo o que passou, é uma pessoa forte.

publicado por Vita C às 10:03
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23
Ago 12

Sou psicóloga. Ponto. Não há volta a dar. Certo, também trabalho como técnica de higiene e segurança no trabalho, mas isso é um diploma que tenho, não faz parte do que sou.
Sempre tive consultório, obviamente arrendado, e passei sempre de cavalo para burro face aos valores que dispunha e a parca carteira de clientes. Comecei numa das zonas nobres de Lisboa, num agradável edifício de traça antiga em Entrecampos, com uma recepção palaciana, passei por um edifício semi-decadente algures nas Portas de Santo Antão (mas o ambiente compensava) e acabei num quase vão de escada sem insonorização ali na zona das Picoas.
E depois disse "Basta!". Arregacei as mangas e agora mudo-me de armas e bagagens para a Av. 5 de Outubro, onde a concorrência é feroz. Um espaço lindo que dá vontade de trabalhar à grande e à francesa. Dia de trabalho eleito: o sábado, porque enfim, não colide com a técnica de SHT que tenho de ir arrastando comigo.
Mas desta vez, desta vez algo se passou de forma diferente, e para melhor. Talvez por estar saturada de um trabalho que não me realiza, não me motiva nem me reconhece, talvez por estar numa fase da vida em que se aproxima o mito do "agora ou nunca", abalancei-me a outros voos. Enviei centenas de e-mails e publiquei dezenas de anúncios em classificados gratuitos: "procuro consultório / clínica / whatever para consultas de psicologia em regime de percentagem". Resultado: duas clínicas contam agora com os meus préstimos profissionais. E comecei a visitar espaços apenas no início da semana! Amanhã vou conhecer um novo espaço, desta vez na margem Sul. Sim, estou empolgada! Comprei um domínio .pt (sim, a informática sempre foi outra das minhas vocações), desliguei o redireccionamento .pt.vu, comprei uma conta premium no wix e refiz o site mortiço que tinha. Agora em .pt! Já tinha criado uma conta profissional no facebook, que agora tento dinamizar! Paguei novamente o adwords e os anúncios sapo. Resultado: tenho uma nova consulta no sábado.

Objectivo: afogar a TSHST que aqui reside

Lição: nunca baixar os braços, as oportunidades mascaram-se muitas vezes de trabalho árduo

* Para quem não sabe a mensagem do poema de onde se extrai este magistral título, depois de ir bater com a cabeça nas paredes em modo mea culpa profundíssimo e contrição envergonhada, ide pesquisar nos vossos compêndios escolares esse nome maior da literatura mundial que foi, é, e será sempre, o "nosso" Fernando Pessoa.

publicado por Vita C às 15:08
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19
Ago 12

 

Merida...

 

 

Eu, há uns tempos (era pré-barril) ...

publicado por Vita C às 22:12
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17
Ago 12

Bem vinda, pequena Bea!

publicado por Vita C às 14:15

13
Ago 12

 

E onde outros veriam o fim do mundo e avançariam de joelhos a tremer, eu vejo uma oportunidade de abrir as asas e colocar pontos nos iis.
Que eu sou muito educadinha e (precisamente por isso) não lambo as botas a ninguém.

publicado por Vita C às 15:05
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08
Ago 12

Fiz a infantil e a primária no Sport Algés e Dafundo. Quer isto dizer que fiz parte de um clube que prezava (e preza) o desporto e punha os alunos na piscina a partir da primeira classe (eu não, que fugia da água a sete pés!), tendo formado e treinado atletas olímpicos em diversas modalidades. Por isso não será de estranhar que o meu irmão passasse anos a fio no karate (depois de uma breve experiência no judo) a tal ponto que chegou, imbuído do espírito do Mr. Miyagi, a apanhar moscas com pauzinhos chineses.   

Eu, claro, nunca tive capacidade para essas brincadeiras, e fiquei fã da ginástica rítmica, passando lá quase todas as tardes da minha infância e primeira adolescência. Na verdade, eu era boa, mesmo boa. Fui admitida a todos os estágios intermodalidades sem grande esforço nos testes. Tinha, obviamente, uma figura pequenita, mas esguia e elástica. Era particularmente dotada para a parte corporal da coisa, mas o arco, a fita e as maças não se comparavam com o prazer de andar por ali a espalhar magia com a bola. Tinha um verdadeiro prazer naquilo, muito puro e ingénuo.
Mas, ei, era eu, como todo o mau feitio em potencial, e, portanto, quando a minha treinadora começou com coisas do tipo "cuidado com a alimentação" e "não podem pesar mais de", comecei a ter asco das aulas. Em abono da verdade, nunca gostei de comer, mas gostava ainda menos de proibições. Claro que me diziam que tinha de fazer sacrifícios, e eu até entendia e tal, mas pesando prós e contras, escolhi sair. Chegaram a telefonar à minha mãe para me fazer mudar de ideias, mas ela, como eu, foi peremptória. Eu era uma criança e não ia para a ginástica obrigada.

Mas claro, eu precisava do desporto. Do exercício, da adrenalina. Então, com uma colega da escola, inscrevi-me em aulas de ténis. Não era dotada da mínima propensão para o dito e, ao fim de uns meses, tornou-se evidente que não valia a pena continuar com o suplício do instrutor e da bolsa da minha mãe. A minha colega lá ficou, com uma parceira de jogo muito melhor e eu segui a minha vida.

Então fez-se luz no meu espírito. Filha de peixe sabe nadar. O meu pai foi campeão nacional de hóquei em patins e eu fui ao Belenenses inscrever-me na patinagem artística. Aquilo era giro, giro. Não esperavam grande coisa de mim, porque com a minha idade ninguém vai começar a praticar patinagem. Bom, aos 14 anos, eu era velha. Creio que olhavam para mim com uma certa pena, mas lá me alugavam uns patins e deixavam-me entrar no ringue, ganhar equilíbrio e brincar um pedaço. Não faço ideia, honestamente, de como alguma vez tive a força que tinha nas pernas naquela altura, porque os exercícios que se fazem não são brincadeira e, ao contrário do que a TV mostra, não são fáceis e exigem esforço. Pensava eu que tinha encontrado sítio e modalidade para exercitar-me. Não podia estar mais enganada! Dois anos depois, ainda com patins alugados, estou a preparar um salto (não faço ideia do nome, a sério) e quando estou no ar tenho aquela impressão "o-oh, isto não vai correr bem". Não correu. A minha perna direita fez uma rotação de 180º para dentro e vi, pela primeira vez, a parte de trás do meu joelho ao vivo. No calor da situação consegui, com um sangue frio absolutamente absurdo explicado apenas pela inconsciência da situação, pôr a perna no sítio. Ninguém me disse então, mas eu soube, os meus dias sobre rodas tinham chegado ao fim. Ainda tentei continuar mais umas semanas, mas as dores eram mais fortes. E eu nunca fui boa o suficiente a patinar para me submeter a cirurgia por causa disso. Ocasionalmente, ainda me salta o tendão do sítio (mas isso são outras histórias). Nesse dia, depois da consulta no ortopedista, fechei a porta ao desporto.

Consequência: passei a ser um tronco com braços (descrição nada misericordiosa do meu irmão, devidamente comprovada com fotos da época). Gorda, mas gorda. Safavam-se as canelas. De facto, ao fim de 10 anos de exercício no mínimo 3x por semana (a ginástica era mais, claro), a paragem tinha de ter alguns efeitos. Mas bom, os tempos eram outros e eu não tive, felizmente, consciência da lontra em que me tornara. Nesta altura já fumava, o que impediu males maiores em termos da engorda (outros males se preparavam, como sabem pela história recente). Apesar disso, era um ser altamente sociável, o que contrasta com o bicho do mato que sou actualmente, mas, de facto, a adolescência é um tempo santo e pleno do qual só temos saudade depois de a vivermos. Então, eu era um ser sociável e gordinho. Saía, namoriscava, estudava, enfim, uma vida normal, que é como quem diz, com aquelas coisas que julgamos que não acontecem a mais ninguém, mas acontecem.

Aos 17 anos comecei a namorar com um rapaz que, pela primeira vez, me levou a ser negligente nos estudos. Mesmo assim, sem preparação e afinco, terminei os exames do secundário com 18 valores. E gordinha, claro. Entrei para o único curso que quis seguir, na única faculdade a que me candidatei.

E no fim do primeiro ano, por motivos que agora não importam, eu tinha um namorado a menos e 4 cadeiras a mais para fazer em Setembro. Quatro trabalhos de grupo para fazer sozinha. Escondi tudo da minha mãe, porque acho que não suportaria a desilusão que seria para ela se eu chumbasse em algumas dessas (ou outras) cadeiras. Passei o verão de 1999 a estudar para exames e a fazer trabalhos. Não tive férias nesse ano. E o dia em que entreguei o último trabalho foi um alívio. Mas foi o início do período negro. Estive um mês sem me levantar. Não dormia. Acordava para chorar. Finalmente a tristeza apoderara-se de mim, passada a concentração necessária para o trabalho, agora era presa fácil de momentos depressivos. Fui ao médico, que, prudentemente, me receitou Valdispert. Tomava 12 por dia, e não dormia. Deixei de tomar, claro, mas a falta de sono ficou até hoje, embora bem mais moderada. Ninguém estranhou, porque o meu período de maior produtividade para estudar sempre foi à noite. Deixei de comer. De verdade. Perdi bem mais de 15 kg. Era incapaz de comer e, quando o fazia, arranjava logo forma de compensar. Sim, isso mesmo, lançava a mão à garganta e tungas. Não entrei em histerias de exercício físico, mas olhava-me ao espelho e via-me, lá está, gorda. Do alto do meu 1.59m e com 42 kg eu via-me gorda. Então não comia. 

Recomeçaram as aulas. Eu era movida a tabaco e coca-cola. Mas verdadeiramente viciada (como bem sabe a Sara, que uma vez teve a infeliz ideia de me esconder a coca-cola). Um dia, um dos meus amigos de então, não havendo lugares para todos, foi buscar uma cadeira de criança. Eu, sem saber que a cadeira era de criança, cheguei e sentei-me. Portanto, para não haver dúvidas, eu sentei o meu real traseiro numa pequeníssima cadeira de criança. E aí, lá está, quando confrontada com a realidade da cadeira ser de criança, deu-se-me a epifania. E voltei a comer decentemente. E deitei fora a balança lá de casa. Para nunca mais ter uma.

Nascia então o bicho do mato que sou hoje. A partir desse dia, pus-me à frente de tudo e de quase todos (nunca à frente da minha família). Claro que isso me trouxe alguns (muitos) dissabores, mas tornou-me uma pessoa extremamente forte e resiliente. E com um grande respeito por quem trabalha com pessoas que sofrem de perturbações do comportamento alimentar, decidi que nunca iria intervir nesta área. Porque, lá está, no fundo da minha cabeça, existe um pequeno monstro que concorda com a perturbação, é um monstro mau que não alimento mas que respeito e temo. E que, se não estou atenta o suficiente para lhe dar uma paulada quando ele vem à superfície, se torna a instalar.

Entretanto, como sabem, por motivos de saúde, voltei a engordar e não foi pouco. Disseram-me para fazer dieta. Claro, coitados, não sabem, mas a única coisa a que não cedo, como se depreende do atrás exposto, é a dietas. Costumo dizer que é por achar que não comer carne é dieta suficiente. Mas a verdade é esta: não tenho a certeza de quem controlaria a dieta, se eu, se o monstro mau que anda sempre à espreita. Então, e porque a imagem que o espelho me devolve não me agrada, faço-me à estrada. Corro. Desde o dia 06 de Maio que corro. Sei, porque era dia da Mãe. Portanto, corro ha 3 meses. Os resultados não estão à vista, claro. Em Setembro passo da hidroginástica para a natação (eu, a mesma que fugia da água a sete pés). Porque tendo deixado de fumar, e tendo apanhado um dos sustos da minha vida, é o mínimo que me devo para ser mais saudável. E, em verdade vos digo, não há muita coisa melhor do que a sensação de relaxamento no duche após a corrida. E porque cada dia que corro, ou nado, estou a fazer algo positivo por mim, continuando a comer.

E assim nasceu, para companhia do monstro, a Sport Vita.

 

publicado por Vita C às 10:17

04
Ago 12

 

 

 

Sou por eles. Sim.

publicado por Vita C às 22:37
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