Estou aqui que nem me aguento...
O amor está nas coisas simples.
O amor está nos olhares cúmplices, nos abraços ternos, nas concessões mútuas, nos maus feitios apaziguados, nas resistências partilhadas, em pequenas coisas que mais ninguém nota. E nem é suposto mais ninguém notas. Se mais alguém notasse, não seriam coisas só nossas e não teríamos esta molecularidade ímpar do nosso amor. Eu e tu, HCl, NaCl, enfim, química e física traduzida de modo sociológico, psicológico e romântico. Parvoíces e parvoeiras que são do mais sério que há.
O amor está nas coisas simples. Não significa que o amor é, necessaria e exclusivamente, uma coisa simples. Mas também pode ser.
Dia 1 no novo consultório. Tudo a correr sobre rodas. Ou se calhar "sobre rodas" não será a melhor expressão... chego ao sítio onde tinha deixado o carro e... "cadê?". Percorro a rua, olho, nada. Roubaram-me o carro??? E de repente vejo, do tamanho de um iô-iô, sobre a porta, um sinal de proibido estacionar. Vita C liga para a EMEL, "ah e tal, nós não rebocamos ao sábado, fale com a PSP ou com a Polícia Municipal". Vou a pé, de saltos, até à esquadra mais próxima (nem está aberta ao público, mas lá consegui que me atendessem). Fui magnificamente atendida, e depois de muitas mensagens, telefonemas e um ataque de nervos depois, descobriram que o carro tinha sido rebocado pela Polícia Municipal. Apanhei um taxi (muito atencioso também, o senhor que me levou), larguei 165 € em dois minutos (!!!) e cheguei hora e meia atrasada ao almoço de aniversário do irmão.
Uma camada de nervos que só vista!