Já aqui contei a minha vida afortunada no Euro 2004. Inesquecível. Irrepetível. Surreal. Mas, felizmente, superável.
Obrigada! Obrigada sem particularização, obrigada a todos!
Hoje, com o coracao mais forte e com a cabeca mais fria, o rescaldo: a voz, foi-se, a emocao e a garra ficam!
Portugal é este país imenso de contradicoes, passamos de bestas a bestiais num piscar de olhos, somos uns coitadinhos e depois somos os melhores.
Mas nao ontem. Ontem comecamos na meia-maratona, no triplo salto e coroámos com uma exibicao de vontade e sacrificio no futebol.
Porque, na verdade, acharam os franceses que somos apenas o que de melhor temos. Na verdade, somos ainda melhores quando nao contamos apenas com os melhores, quando contamos com todos, todos sem excepcao. Acharam os franceses que trucidando o Cristiano Portugal se esfarelaria e seriam favas contadas. Ora pois, só quem nao percebe nada de portugueses é que cometeria esse erro. Porque até aí, todos os outros jogadores que eram "razoaveis", passaram a partir desse momento a ter a missao de fazer cumprir Portugal no pior dos desafios possiveis, em casa do anfitriao e sem o seu capitao. Claro estava que, a partir daí, foi selado o fim do jogo: ganharíamos! E ganhámos. De forma arrepiante.
Obrigada, aos jogadores, equipa tecnica, mas tambem e sobretudo aos portugueses do estádio, aos que invadiram o Marques, os Aliados, a rotunda de Tercena, e que nunca deixaram de acreditar!