A frase é do Manel Cruz (vénia, vénia, e note to self: mandar um mail à rádio da linha para não passar a Chaga nas horas de trabalho sob pena de a minha produtividade ficar gravemente reduzida a números negativos). Mas apessoei-me dela há muito tempo. Psychology 101: todos temos mil eus por revelar.
Tive, desde 27 de Novembro de 2005, presença na blogocoisa. Na altura, uma linha muito imberbe, seguida por outra orientada, em bom rigor, para o que bebia da muita e boa música portuguesa que hoje (anos mais tarde) é conhecida. Seguiu-se um outro espaço, diferente, mas igual, quão igual ainda estou para perceber. As costas viradas souberam sempre a despedida de partes de mim. Quando não o eram.
Este é o meu espaço de hoje. De ontem. Até quando não sei, mas estou bem por cá. Talvez por ter aprendido a não dissecar a alma tão profusamente. Fechei o corpo e fugi, diriam os meus muito saudosos Toranja, quando eram muito mais do que TBettencourt e uma mantinha, quando eram o Dodi e o Rato e o Ric e o TBettencourt apenas lhes emprestava a voz. Não fugi, mas fechei o que esse lado sabe de mim. O que sabem e o que sou são tão parecidos como um grão de areia e a praia que o contem.
Aqui estou bem, nesta conta e nesta medida. Perdi seguidores e leitores, sim, e então? Escrever é também um acto de egoísmo, tanto como de vaidade. O anonimato fica-me muito bem, traz-me tempo e dispensa a obrigatoriedade de escrever para agradar. Basicamente, estamos aqui só porque me apetece partilhar.