Agora é que Cavaco Silva resolve pronunciar-se sobre José Sócrates. Agora, que já não importa nadinha. Mas não se digna a excelsa personagem a comentar as atrozes incompetências do governo no que concerne assuntos tão pertinentes como 4 milhõezitos de euros pagos a dobrar à Lusoponte, a seca extrema que passa o país, o vira fandango do ministro da economia, os debates deploráveis no parlamento que não passam, da direita à esquerda, de bacoca demagogia e de falta de capacidade dos vários grupos parlamentares, das compressas emprestadas entre hospitais e das farmacêuticas que não são a Santa Casa e a quem o Estado deve dinheiro. Ou seja, agora já pode o PR dizer que tem opinião. Sobre o passado, claro está. Sobre o presente já era pedir muito.
Cada vez tenho menos paciência para estes jogos de incompreensão. Não servem a política, não servem os eleitores, aliás, não servem para nada. E é triste chegar a esta conclusão, desiludida e sem ingenuidade, porque sempre acreditei no poder da democracia, em última análise pelo simples gesto da responsabilização do voto para nos podermos indignar. Hoje nem isso.