espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

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Mai 13

Muito se tem falado e gritado e esperneado sobre a co-adopção em casais do mesmo sexo.
Ora bem, eu gosto de ter um blog descomprometido, ligeiro e tudo isso, até porque tenho uma miscelânea de características curiosas. Sou católica, sou de esquerda, sou psicóloga, fui criada "monoparentalmente", enfim ...

 

Quanto ao casamento, parece-me óbvio, o casamento em si, aquele que pode ser legislado humanamente, é um contrato, e ao Estado não compete discriminar os intervenientes num contrato apenas com base no seu género. É uma não questão.

 

Quanto à co-adopção (não se trata ainda, da adopção plena, limita-se aos casos em que a criança é filha de um dos membros do casal, ou seja, que teve anteriormente uma vivência heterossexual), parece-me que estamos a confundir ideologias com realidades. As instituições não são lugar para as crianças. Ponto. As crianças que lá estão foram abandonadas ou negligenciadas pela sua família. Família heterossexual, pai e mãe. O importante são os afectos sinceros, genuínos e a dedicação, o empenho, os valores de humanidade, de amor ao próximo.

E portanto, o que importa, lamento, mas não vem junto à orientação sexual, à ideologia política, ou à religião. Ninguém se pode advogar deter toda a verdade.
E agora, de forma provocatória, prefiro que uma criança seja amada genuinamente por um casal do mesmo sexo do que seja criada num ambiente heterossexual homofóbico e que promove o desrespeito e a ignorância. É que ninguém escolhe ser homossexual. Mas isso são outras conversas...

 

 

publicado por Vita C às 20:29
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4 comentários:
Confesso que o assunto me faz alguma confusão, mas tens toda a razão, o que importa é os afectos, é o amor que se é capaz de dar ou não a uma criança, porque ter um filho vai muito além de o fazer e de o por no mundo... Não importa se uma criança tem dois pais ditos normais ou dois pais do mesmo sexo... o que importa é que se sinta amada e segura! :-)
soumaiseu a 20 de Maio de 2013 às 19:56

A mim também me faz confusão ... porque é diferente.
Mas a confusão que me faz não se pode sobrepor ao que é realmente importante. Não condeno quem fica perturbado com a homossexualidade (eu também me faz confusão, quase tanta como haver gente que gosta de gelado de manga, entendes?). Condeno quem deixa a sua perturbação levar a melhor sobre o que é mais acertado. Faz-me mais confusão haver mães e pais que ma(ltra)tam os filhos, lá está.

A homossexualidade em si não me incomoda muito... vejo-a como um "erro" da natureza humana, talvez por ter convivido com imensos gays e lésbicas quando trabalhava no call-center habituei-me a eles. São pessoas iguais a nós que amam e gostam de forma diferente, só isso. Mas a adopção essa sim, mexe comigo, porque está envolvida uma criança. Podemos viver a vida como queremos, gozar a nossa sexualidade para o lado que bem nos entender, mas uma criança não é nenhum objecto de prazer. Há que pensar nela, e isso claro implica não nos deixarmos levar pelo preconceito. Se estes casais diferentes" conseguirem ser bons pais, porque não? Conheci gays e lésbicas que eram seres humanos excepcionais...

Precisamente.
A sexualidade não é uma escolha, é-se, e o desvio resume-se a uma concepção diferente, não normal e que não deve ser normalizada, é a excepção e não a regra, na mesma medida em que se é ruivo, sardento, etc., mas obviamente tem um impacto monumental na vida e na socialização, o sexo é um tabu ainda polémico e castrador.
Mas, como dizes, o importante é a excepcionalidade e a capacidade de amar. E isso não pode ser descartado. A nossa intolerância enquanto sociedade não pode negar às crianças pães e mães que os amem...
Vita C a 24 de Maio de 2013 às 23:40

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