Gosto de preencher formulários. Tinha gozo ao preencher o MIRR e o RU quando trabalhava no meu antigo trabalho. Ao contrário do que alguns dizem, aquilo é simples, linear e intuitivo. Temos em Portugal boas plataformas online, e a do IRS não é excepção. Eu gosto de entregar o IRS, de organizar dossiers (nada de separadores bonitinhos, atenção!), de fazer previamente as contas num excel à parte, de validar a informação.
Além disso, preencher o formulário de IRS é uma visita às memórias do ano anterior. Revi os papéis do meu internamento, das minhas infindáveis sessões de fisioterapia, encontrei o recibo do levantamento da certidão da conclusão da parte curricular do mestrado em 2007 (que, bem se vê, só fui buscar no ano passado), passei os olhos pelos recibos verdes que passei, enfim, uma panóplia de evocações. E a maior de todas, a contribuição para a Liga Portuguesa contra o Cancro, com 0,5 % do imposto liquidado.
A boa notícia é que, com o ter estado de baixa e com o que foi gasto em saúde, irei receber. Sim, é verdade, pela primeira vez vou receber um valor que se veja. Já tem destino, claro, mas sempre é uma ajuda.
Às vezes, só às vezes, o sistema funciona.