Adoro fazer anos a um feriado. Sobretudo este. O da Restauração da Independência, que me dá direito a uma estátua, a muitas ruas com o meu dia de anos, e a uma aversão a espanhóis e versões de unificação ibérica.
Todos os anos, às 10h15 o meu pai me liga e a minha mãe recomeça a lengalenga. Que nasci sem ajuda e sem dar grandes dores à minha mãe ou grandes chatices ao meu pai. Que me puseram numa incubadora porque era bem pequenina. Que não tinha cabelo, nem sobrancelhas, e portanto só mais tarde se aperceberam que seria ruiva.
Fazer anos a um feriado implica nunca ter tido aulas neste dia, e só nos últimos anos trabalhei aos feriados. É sempre dia de acordar tarde, de recordar que todos fomos pequenos, e enfim, ter a casa e o coração cheios com tudo o que nos cabe cá dentro...
Gosto de ver as luzes de Natal neste dia, porque até dia 1, é apenas contagem decrescente para os meus anos.