Dois anos e meio. Trinta meses. Parece que o tempo é, como sempre foi, relativo. Neste momento, gostaria muito de ser capaz de escrever qualquer coisa lógica e coerente. Eventualmente fazer até um comentário ao comentário do João no post que está aqui em baixo. Que era de fazer, porque é das poucas pessoas que lê este blog. Mas não consigo. Nem sei se quero, neste momento, exercer qualquer tipo de pressão a nível cognitivo no meu cansado cérebro.
Tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar (ide ver, se não sabeis que é Jorge Palma, o mestre).
Uma não respira neste momento, enquanto lhe falta o ar. Porque lhe faltam abraços e vai morrendo de saudades. Essa alma, ridícula, é uma carta de amor constante, escrita num alfabeto partilhado a dois, e apenas a dois.
A outra alma, a guerreira, acredita que no amor também se joga a dois, e não se pode velejar à bolina para sempre. E às vezes vai também um pouco de nós, devo concordar que às vezes falta-nos a razão, mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós (ide também ver, que é Da Weasel com Manel Cruz). E então, não respiro, não vivo, e arrasto-me nestes dias em que os outros não sabem que estou incompleta. E então, rasgo o silêncio sem o fazer verdadeiramente.
Pesemos as coisas. Há este amor imenso, indefinivel, incompreensível, feito de pequenas coisas, e por isso mesmo, verdadeiro. Hoje, porque é no presente que estas coisas se podem dizer. No outro prato da balança, há este silêncio, esta dor surda de não saber esperar. Pois, é um jogo. Eu cá sou uma pessoa de palavras, de dizer o que me vai cá dentro, de explodir e implodir. Mas fui aprendendo que há momentos em que a bola está do outro lado. Por mais que queiramos desenhar a resposta, não é de nós que depende. Ou pelo menos, assim quero acreditar. Que estamos ambos a ser infantis e isso se deve apenas ao facto de nunca termos virado as costas chateados. Até ao dia que finalmente chegou.
E eis, finalmente, um post sentimental. Um post de arrufo. Não, não me vou atirar da janela, nem sequer vou conduzir pela noite dentro como se não houvesse amanhã. Nem me pus a ouvir lamechices como se tivesse metade da idade que tenho. Mas também não sei muito bem o que fazer, porque vá-se lá saber como, amor é mesmo fogo que arde sem se ver...