O last.fm fez o grande favor de voltar a brindar-me com uma daquelas músicas que são tanto para mim que raramente consigo explicar. Eu estive neste concerto do CCB, aliás, lembro-me que era dia do Sporting jogar com o Newcastle (sei que era uma equipa inglesa) e, mesmo assim, lá fui sozinha encher a alma. Comprei bilhete para a primeira fila e nesta música, como quase todas as vezes, parecia que nem via o Palma, só ouvia a música e naqueles minutos não havia CCB, não havia outras pessoas, só eu e a Estrela do Mar. Esta música tem muito de mim e, num determinado momento da minha vida, foi-me dada a conhecer da melhor forma possível para a altura. O poema é absolutamente embriagante e não conheço melhor momento de Jorge Palma do que aquele em que é apenas ele e o piano.
Vi Jorge Palma muitas vezes. Cheguei a ver 3 concertos dele numa semana, um deles no dia em que a minha avó morreu. Nunca são demais. Não me importa se bebe ou deixa de beber, se fuma ou se é inconveniente. Ao piano agarrado ao poema, este homem é uma dor que aperta o peito e nos faz olhar para dentro e para o céu.