Talvez seja por ter estado de passagem naqueles quartos duas vezes nos ultimos tempos. Ou talvez seja por me recordar que nesses dias o tempo escorria devagar e as datas confundiam-se umas nas outras.
O meu respeito e o meu afecto hoje, esta noite, dedico-o aos trabalhadores e aos doentes dos hospitais. Aos que prescindem do Natal acolhedor e quentinho para segurarem a mao de outros, e aos que a saude (ou falta dela) estragou os planos.
publicado por Vita C às 10:20
- Então e como foi o dia
- ...
- Bom, não foi, eu sei ...
- ...
- E eu sei que gostaste de termos tratado de X.
- ...
- Sim, eu consigo ter um diálogo contigo e fazer as linhas todas da conversa
- ...
- Sim, nada aborrecido
- ...
(mas o que é certo é que ele acerta)
publicado por Vita C às 21:28
No sítio onde trabalho 5 dos 6 dias laborais que a semana me oferta, organizaram uma troca de prendas. Eu, bicho do mato assumido, enfadei-me com a ideia. Umas das minhas colegas, que por acaso partilha consultório comigo, teve a brilhante ideia de fazermos o jogo do "amigo secreto". Lá rifámos os nomes e eu, em sortes, fiquei de arranjar brinde para a minha chefe. Mas a minha chefe é uma porreira. E eu esmerei-me. O valor máximo eram 3 euros. Comprei uma caneca a 2,95 € e depois escrevi umas 30 frases inspiradoras em papelinhos enrolados, pus lá dentro, com uns Ferrero Rocher, embrulhei manualmente, e siga para bingo. Foi uma prenda que, mais do que a caneca, valia pela minha atenção, dedicação e, sim, vontade de partilhar algo.
A mim calhou-me em sorte um prato azul. Que faria conjunto com algo que deveria custar mais do que 3 euros. Aquilo (sim, "aquilo") foi já parar às mãos da minha mãe. Não é pelo prato azul, mas pela desconsideração. Pela falta de interesse. Pelo despachanço e falta de personalização. Pelo "toma lá qualquer coisa que não foi cara e está feito".
Trocas de prendas? Para o ano despacho todos no trabalho a pratos azuis. Se calhar até o prato deste ano
publicado por Vita C às 14:29
Raras as vezes que venho de carro para o trabalho. Embirro, em abono da verdade, com o comodismo em que, na maior parte das vezes os carros levam apenas uma pessoa e, vistas as coisas, pegando em vinte e tal carros temos um autocarro e, voila, menos barafunda rodoviaria. Acontece, por exemplo, nos dias como o de hoje, quando do trabalho saio para o trabalho, e nessas alturas vir de carro tem mesmo de ser. Dias que se iniciam pelas 09h e terminam pelas 20h30 merecem que eu tente apressar os trajectos o mais possivel para regressar ao aconchego da casa.
Entro na Marginal, vale-me que vou no sentido oporto ao da turba que pretende entrar em Lisboa. E ei-los, dois perfeitos e intensos arco-iris, plenos e etereos, a envolver a cidade, apoiados no Tejo. Emocional que sou, tento agarrar, respirar, capturar, decorar, inscrever na minha mente todos os detalhes de tal quadro. As minhas palavras, toscas, limitam-me a plenitude do sentimento. Agarro no telefone, agora que me rendi aos de fotografia, mas enfim, sou uma condutora prudente, e as minhas tentativas fracassam. Quando consigo encostar, fora da Marginal, o efeito perdeu-se, agora chove e o sol escondeu-se, pelo que as cores esmaeceram, a nitidez desvaneceu-se e o quadro esborratou... Chego ao trabalho, trago um pouco de cor em mim. O dia, longo, tem agora mais alento, mais cor. Trauteio, incessantemente e apenas para mim, "a vida e feita de pequenos nadas", como canta Sergio Godinho. Canto, e sinto. E isso torna-me grata...
publicado por Vita C às 11:21
E no ano que vem serao f estejados novamente a um dia feriado.
publicado por Vita C às 18:58