Foi assim, que em 2004, os adeptos espanhóis saíram da estação de metro do Campo Grande, antes do jogo com Portugal. Eu sei, porque tive a sorte de estar lá.
Em 2004, tinha eu acabado o curso há um ano, soube que estavam a pedir psicólogos da área da psicologia social com o nível XPTO de inglês documentado para um estudo internacional a propósito do Euro2004. E eu, mesmo não sendo de psicologia social e não tendo mais documentação de inglês a não ser o facto de o ter como disciplina desde os 5 anos, concorri. Eu e o J., esse monstro de sabedoria e capacidade de trabalho com que foi um gosto trabalhar ao longo dos 5 anos de faculdade que fizemos juntos. Concorri e fiquei. Era um projecto da Universidade de dos Fab Four e da Academia de Polícia Holandesa, que envolveu a PSP e uns tantos psicólogos portugueses. A tarefa: ver uns quantos jogos de futebol e registar, da véspera até noite/ madrugada do dia do jogo, o comportamento dos adeptos. A equipa, 2 polícias à paisana e 2 psicólogos (eu e o J., por sorte, na mesma equipa).
E então, Vita C vai à bola. Vê o Portugal-Rússia no Estádio do eterno rival e até lacrimeja durante o hino. Vê mais uns quantos jogos. Vê também o jogo com a Holanda e o mítico Portugal-Inglaterra. Pelo meio vai ao Algarve ver o Holanda-Suécia e, como é ruiva e anda de tranças, é bem recebida pelos adeptos da laranja mecânica. E pelo meio também, vai ver o Portugal-Espanha.
Que Olivença seja a eterna disputa, eu ainda entendo. Mas, meus caros, nuestros hermanos o c*ralho que os f*da, e desculpem-me a expressão. Eu nasci a 1 de Dezembro, e qualquer livro de História vos recordará que é feriado porque em 1640 restaurámos a independência face aos Filipes. Por isso, ao entrarem na minha cidade a arrogá-la para si, os espanhóis irritaram-me. Não me venham com a treta do país irmão. Amanhã, qualquer que seja o resultado, a minha selecção será a melhor.