Vi ontem, finalmente, o Inception (A Origem, mais uma pérola das nossas maravilhosas traduções). A expectativa, injusta e ingenuamente baseada nas várias críticas e opiniões de quem já tinha visto, era elevada. Fomos então, até porque a metade já tinha visto o filme e fez questão de o partilhar comigo.
É um bom filme. Sim, a história é fascinante, a banda sonora é absolutamente avassaladora (Hans Zimmer, quem mais?), interpretações notáveis (que assombro rever Peter Postlethwaite, o "pai" de Daniel Day-Lewis e o grande mr. Kobayashi d'Os suspeitos do costume), e ainda assim sai do filme a pensar que o Shutter Island teve muito mais impacto em mim.
Sim, os sonhos e a realidade são temas incontornáveis, a profundidade de um atinge a plenitude da outra, mas ... é um mas que não consigo explicar. Talvez o Shutter Island tenha sido melhor digerido posteriormente, e, não esqueçamos, sempre fui muito mais de uma vertente clínica sem entrar no domínio dos sonhos. Dir-se-á que Freud explica, mas eu nunca apreciei particularmente Freud. Sempre preferi o aqui e agora, mesmo que esse aqui e esse agora sejam difusos...