Lembro-me de passar parte das férias de infancia no Mosteiro, a uns míseros 7 km do Pedrogao Grande. De andar a nadar na praia fluvial numa boia que nao era que a camara de ar de um pneu. Da plenitude do silencio imperturbavel. Dos risos e dos cheiros, ambos intensos e mágicos.
Neste momento, e tal como no ano passado, estou a organizar uma recolha de bens para doar aos Bombeiros. Sim, já sei que nao é preciso mais. Corrijo, nao é preciso mais no Pedrogao, mas os fogos nao atingem so esta zona que vem nas notícias. Comuniquei com os Bombeiros da minha zona, por precaucao, que se disponibilizaram para fazer chegar o que recolhermos a quem de facto necessita. No Pedrograo, em Freixo de Espada a Cinta ou nas Caldas, ou em qualquer outro sítio. Além disso, como grande parte da bolsa dos psicólogos formados especificamente para intervir em catástrofe, estou de prevencao para ir para o terreno para apoio psicológico em crise. Nada de euforias ou de heroismos, há coordenacao no terreno e tem de ser respeitada para que as equipas possam funcionar.
Estes dias, sei que o nosso pequeno Portugal é grande! E se todos nos mobilizarmos em vez de criticarmos reportagens, ministros ou governos, sei que conseguiremos seguir em frente.