espaço de mau feitio, alguma reflexão, música e outras panóplias coloridas

28
Jun 12

Gosto muito de futebol. Gosto, mesmo. Sou sportinguista ferrenha mas antes de tudo sou portuguesa e vibro com a nossa selecção. A primeira vez que fui ver um jogo de Portugal ao vivo foi o Portugal-Rússia, em 2004, e chorei ao erguer o cachecol ao som d'A Portuguesa. Tive o privilégio de conhecer o Euro2004 bem de perto e de entender o que a selecção é para muitos portugueses.
No início deste Euro2012 muitas foram as vozes tristonhas e agoirentas. No entanto, a equipa, e que equipa senhores!, demonstrou capacidades e competências que não podem nem devem passar despercebidas face aos resultados conseguidos.
Perder nos pénaltis é uma porcaria tremenda, e não há cá merecimentos de termos jogado de igual para igual. Não há pénaltis que fiquem para a história, excepto talvez a defesa do Ricardo sem luvas em 2004 frente à Inglaterra e o penálti do Postiga e do próprio Ricardo. Daqui a uns anos importa apenas que Portugal perdeu frente à Espanha. Independentemente se merecia ou não.
Eu nem gosto particularmente do Cristiano Ronaldo (que as pessoas insistem em pronunciar RÓnaldo), mas dou a mão à palmatória: este puto já mostrou que não tem nada a provar em termos clubísticos, merecia um título com a selecção. Mas todos merecem, em verdade. Até o traidor João Moutinho, com mãos tremeliques antes de falhar a grande penalidade. Até o Miguel Veloso. O Nani, meu Deus, que talento! O Fábrio Coentrão, impecável, impecável. O Raúl Meireles, até o Postiga. E o Rui Patrício, o meu querido Rui Patrício. Gigante, tão gigante. E o João Pereira. O Pepe e sim, o Bruno Alves. O Bruno Alves que carrega nos ombros a desilusão de um país. E os suplentes, destacando a forma sentida de Eduardo entoar o hino nacional.

 

 

Uma palavra especial para um homem que chorou quando pendurou as chuteiras e dedicou a carreira ao pai. Que pegou na minha equipa e a motivou até onde pôde. Que pegou na selecção depois de um ex-cavalheiro a ter destroçado e a levou até aqui, acreditando sempre. Não há comparação possível entre este selecção e a do Carlos sem bigode. Ao Paulo Bento, o meu muito obrigada.

Agora a Espanha. Irrita-me a selecção espanhola. Não é mau perder, ou se calhar até é. Aquela forma impressionantemente aborrecida de jogar, tecnicamente impecável, mas sem sal, sem calor, sem aquele ingrediente de espectáculo que Portugal até demonstrou ter. A Espanha tem eficácia e Portugal não (e não me refiro a ontem, claro). Mas custou-me menos a derrota com a Alemanha. Irrita-me a selecção espanhola. Pronto, irrita-me, já disse. Eu bem pedi que desse um ataque de dor de barriga ao Iker Casillas, mas nada feito. Agora que venha a Alemanha ou a Itália e os fuzile a todos!

 

A Itália, de preferência, que é para a Angela Merkel não ficar satisfeita.
Sim, que terminado o Euro2012, voltamos todos à bezerração lamentativa do costume.

 

 

publicado por Vita C às 09:21
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